Talvez ter pego todas as temporadas emprestadas não tenha sido uma boa ideia, mas pelo menos ao mesmo tempo em que meio que acaba com a minha vida (não me deixando dormir e tal) tem me feito um bem, de certa forma, tenho me dado conta de certas coisas. Na verdade não exatamente me dado conta...
Bom, é difícil de entender então vou explicar assim: sabe quando tu olha todos os dias no espelho e pensa "meu deus, eu devia ir pra uma academia" ou então tu tá em casa sentando jogando vídeo-game e pensa "Bosta, to desperdiçando meu tempo, eu deveria começar a ler mais os textos da faculdade, ou fazer algo realmente útil da minha vida"... Enfim, de qualquer forma aquelas coisas que todos nós gostamos de chamar de "promessas de ano-novo" porque assim só vamos ter que nos frustrar com nós mesmos uma vez por ano? Pois é, pra mim nenhum desses pensamentos é novidade, e tem muito mais deles, a questão é que só pensar não nos leva a lugar algum, e ninguém nunca conquistou nada sem fazer algo, então a questão não é pensar, e sim agir. Tudo ótimo, tudo lindo, mas aí vem a próxima questão: Motivação. Todos nós sabemos que o que precisamos é de motivação, então todos os dias nos olhamos no espelho e dizemos "Chega! eu vou para uma academia hoje" ou então desligamos o vídeo-game e decidimos "Agora vou ler todos os textos daquilo" e isso funciona, claro, por uma semana ou duas. A questão é que estou escrevendo tudo isso porque eu tenho descoberto a ultima parte da equação, o que quase sempre falta mas nunca nos damos conta, o que é tão simples, mas absurdamente difícil de conseguir: gostar dessa ideia. Não simplesmente pensar "eu deveria fazer isso, isso é bom pra mim" claro que é, exame de sangue também é bom, faz bem, é necessário, e o problema é a semelhança desse exame de sangue com ir pra academia, nós nos enchemos de motivação e finalmente vamos lá pra "resolver logo isso" e nunca mais ter que ver isso na frente. Mas o que parece ter me feito tão mal ultimamente, o HIMYM, na verdade tem feito eu me dar conta que eu quero sim ler os textos, que eu quero estudar, que eu quero aprender, que eu quero aproveitar a minha vida de um jeito útil, que eu quero ir pra uma academia pra gostar de mim mesmo, que eu quero carregar uma câmera mais frequentemente pra recordar os momentos bonitos da minha vida, que eu quero escrever mais, aproveitar mais, fazer algo que seja realmente útil, não pro meu currículo, não pro meu boletim e não pras pessoas me acharem legal e responsável e etc, mas pra mim, realmente pra mim, e a peça fundamental dessa equação finalmente apareceu: eu realmente gosto dessa ideia.
Uma vez a minha mãe me disse da maneira sempre otimista dela que as fases da vida são iguais pra todo mundo, primeiro dizemos "me larga, eu posso andar sozinho", daí "Tudo que eu quero é sair com os amigos", daí "Eu sou adolescente agora, vou fazer uma diferença no mundo!" daí "Eu preciso muito de um emprego, conseguir morar sozinho pra provar pra todo mundo que eu sou capaz, eu sou adulto agora" daí chegamos aos 25 e começamos a pensar "Tudo que eu queria era estar na casa da minha mãe com comida pronta e as coisas feitas". Mas eu não concordo com isso, não mesmo, no mundo onde a gente vive é todo mundo ainda adolescente, e eu não vivi nas outras épocas pra saber se não era assim, mas eu garanto, a minha mãe não é nenhuma adulta, e nem muitos dos adultos que eu conheço. Sim, eu tenho 19 anos, e muito pra aprender. Sim, eu sou um adolescente ainda, mas eu acho que o primeiro passo pra entrar na vida adulta não é começar a aprender que precisamos sim de mamãe, e começar a entender que na verdade as correntes de e-mail eram verdadeiras, não, o primeiro passo pra ser adulto é aceitar que sim, precisamos ter um emprego, uma vida sustentável, mas a vida é nossa, não é de mais ninguém, e porra, se eu quero atrasar um pouco na faculdade, o problema é meu, se eu acho que trabalho voluntário vai ficar bem no meu currículo, é o MEU currículo, se eu quero ganhar pouco dinheiro por agora e não fazer um concurso pra passar o resto da minha vida no mesmo emprego em um lugar que eu não quero só pra quando eu fizer 60 anos pensar em começar a curtir a vida, eu não vou fazer isso. Eu não acredito em vida após a morte, e acho que essa é a única vida que temos pra viver, então eu vou viver da forma como eu quero, e se daqui a 10 anos eu não estiver em um escritório ganhando dinheiro fácil, eu vou estar me ralando pra me sustentar, mas pelo menos eu vou estar vivendo, e não esperando pelo dia em que eu possa finalmente viver.
Imagino se alguém "adulto", com seus 40 anos e conformado fosse ler isso ia pensar "ai, pobrezinho, ele só não se conformou ainda que a vida não é assim". Bom, não é nem um pouco mais bonito se conformar, ninguém sabe mais sobre o mundo só porque se conformou que não vai ter vida até os 60 anos, eu prefiro ter uma vida difícil e trabalhar em algo que eu gosto e me ferrar um monte na vida do que ter que esperar até eu ter 60 anos pra aproveitar a minha aposentadoria fazendo tudo que eu sempre quis fazer, porque sinceramente, essa ideia simplesmente não me agrada.
Eu olho pra trás depois de escrever tudo isso e penso que talvez tenha coisa íntima demais, mas ninguém lê essa porcaria mesmo, e também ninguém vai ler um post tão grande, convenhamos.
Então pra resumir tem certas cosias que eu decidi na minha vida:
1º: eu sou muito novo pra viver com os olhos nos meus 40 anos, eu tenho muitos erros ainda pra cometer, e eu vou tentar cometer os certos
2º: Parar de fazer as coisas por obrigação. Na verdade isso fica muito mais fácil com a de cima, porque se eu faço a obrigação porque é obrigação, o meu momento de lazer vira vídeo-game, o que não acrescenta nada pra minha vida, e convenhamos, se eu quisesse fazer do meu trabalho obrigação eu teria escolhido algo que desse mais dinheiro e me deixasse em um escritório ganhando por concurso por não fazer nada, e essa não é a ideia, então a partir de agora psicologia não é mais obrigação, o que dá mais espaço pra ela ser também algo que eu aproveite na minha vida, o que me faz aprender melhor, o que vai ser melhor pro meu currículo, e pra minha vida.
3º: Vou andar mais com uma câmera por aí, não pretendo ser o cara chato da câmera, mas eu não quero mostrar pros meus filhos só fotos borradas e avacalhadas dos meus amigos, tá na hora de registrar umas memórias realmente bonitas, como são os nossos momentos
4º: Academia. Tá na hora.
5º: Conseguir um estágio em um lugar que eu goste (atualmente to atrás de um trabalho em uma escolinha, espero que eu consiga. Eu diria que tá difícil de conseguir, mas eu só não tenho tentado o suficiente)
6º: sair mais de casa, seria uma bosta olhar pra trás e só lembrar de mim sozinho em uma casa gastando a minha vida em algo que não me acrescenta nada
Eu ia escrever o último como um item, mas daí me dei conta que bom, é mais uma coisa que eu me dei conta. Ninguém lê isso aqui, então eu vou começar a botar mais do que eu penso, mais das minhas opiniões, e não reler muito. Assim como fotos, depois vou poder olhar pra isso e lembrar de quem eu era, talvez eu me envergonhe como me envergonhei com os outros posts (já comentei sobre isso), talvez não, até lá eu trabalho pra deixar a pessoa que mais importa feliz: O futuro Wagner, espero de verdade que ele se orgulhe. E pra não deixar as outras pessoas muito importantes da minha vida de fora, espero que os meus amigos também se orgulhem de mim, eu gosto muito de todos eles e cada um sempre vai ter um espaço só deles na minha vida. Botar a namorada na equação sempre deixa meio brega, e eu evitei de citar nomes se não ficaria mais brega ainda, e não digo brega pra quem lê, brega pra mim mesmo. As pessoas que eu amo sabem que eu amo elas, e eu nunca deixo de dizer isso.
